Se achegue!

Queria escrever para além dos clichês descritos no piloto automático, porque falar da kiwi abacaxi é algo que tende a me deixar bastante emotiva. Cresci inquieta e me arriscando em todas as maneiras possíveis de fazer arte, sem nem mesmo entender o que era isso. Pra kiwizinha de poucos anos de idade era apenas a maneira de achar um lugar no mundo e expressar o que tantas vezes nunca conseguiu de outra forma. Criar é algo que me acompanha desde as primeiras memórias e sempre fui profundamente apaixonada e dedicada a tal questão. Escolhi desde cedo a graduação em design e foi ela que me deu meu primeiro norte e a vivencia na profissão me permitiu ter o olhar lúdico e a coragem de ouvir àquela velha e conhecida inquietação de querer trilhar meu próprio caminho.  A kiwi Abacaxi além de uma loja é um sonho e um delírio, porque nunca me ocorreu que aquilo que me salvava dos meus fantasmas, poderia também ser uma forma de me comunicar com o mundo e uma profissão, tampouco que tantas pessoas iriam se identificar e me apoiar. Aqui a proposta nunca foi de fazer arte pra artista, produzir algo que não acredito, ou seguir tendências, mas sim viver essa paixão da forma mais democrática possível, afinal todo mundo quer ter algo que se identifica, que traduza um pouco da sua essência e personalidade pro lugar onde mora, sem ter que vender um rim pra ter acesso. Gosto de chamar de decoração afetiva, porque além de todo o processo ser muito especial e orgânico, são objetos que contam histórias e cativam, para além da funcionalidade e estética.   Cada peça é desenhada, modelada, pintada e finalizada a mão, com muito esforço, mas acima de tudo com muito amor, pois não se tratam só de objetos, cada peça é um grito de liberdade e uma maneira de resistir a mediocridade da não ousadia e da não permissividade.

Nessa vida a gente tem que ser valente.